domingo, 18 de novembro de 2012

“…a minha dor é esta primavera que nasce e me mostra que o inverno se instalou definitivamente dentro de mim” José Luís Peixoto




Foi pela voz de um grande contador de histórias ( Filipe Lopes ) que conheci a poesia de José Luís Peixoto e posso dizer que o “embate” foi forte. O Filipe leu o poema “na hora de pôr a mesa, éramos cinco” e eu fiquei atordoada, apertando as mãos à força das lágrimas que teimavam em espreitar (e acho que não fui muito bem sucedida no disfarce...). Daí à leitura integral do livro foi “o passo de um anão”...

Posso dizer que a leitura não é simples e está longe de ligeira (o que, na minha opinião, só abona a favor do livro). Pelo contrário, é trabalhosa e requer uma grande envolvência, quase íntima, com cada palavra.

Este livro não se deixa florir com o simples gesto de folhear as páginas, é preciso tempo para ler até se ouvir o ritmo certo de cada estrofe, que não se impõe, deixa-se descobrir a quem o quer encontrar. Mas não é essa, afinal, a magia da verdadeira Poesia?!

É como se José Luís Peixoto quisesse ter a certeza que quem lê os seus poemas se dá ao trabalho de realmente os ‘ouvir’. O hábito de ler silenciosamente é razoavelmente recente na nossa sociedade e no caso deste livro, e porque não dizer em todos (ou pelo menos quase todos), essa modernidade faz perder parte do encanto do texto escrito. Dá muito mais trabalho e é muito mais difícil ouvir as palavras ditas de lábios cerrados...

Tive de lutar com a minha dificuldade em escolher uma pequena amostra “Como isolar um sabor de um bolo de várias camadas feito?” A escolha inicial era o poema que já referi, mas essa por tão óbvia peca pela facilidade. Assim deixo aqui este raminho de cheiros para aguçar o apetite.

“ainda que tu estejas aí e tu estejas aí e
eu esteja aqui estaremos sempre no
mesmo sítio se fecharmos os olhos
serás sempre tu e tu que me ensinarás
a nadar seremos sempre nós sob
o sol morno de julho e o véu ténue
do nosso silêncio será sempre o
teu e o teu e o meu sorriso a cair (...)”

                      José Luis Peixoto



Leitora convidada: Liliana Lima 
Fundadora dos Contos da Lua Nova. Contadora de Histórias e Formadora 

domingo, 4 de novembro de 2012

O livro das escolhas cósmicas.


O Universo é o livro de todas as escolhas cósmicas, o registo de todos os acontecimentos que cinzelam o corpo do cosmos. Cosmos em contínuo estado de transformação, global e local, que é o nosso porto de abrigo e o oceano das indagações cósmicas da civilização humana.   

Uma narrativa sobre a história do Universo é necessariamente uma história das ideias, descobertas e técnicas que conduziram ao estágio actual do conhecimento científico sobre o Universo. Assim, o Livro das Escolhas Cósmicas é também um relato do esforço da humanidade para entender o cosmos, dos mitos da criação à revolução científica, desta às descobertas da radiação cósmica de fundo e da aceleração da expansão do Universo. Descobertas estas que conduziram ao desenvolvimento das ideias mais recentes sobre a origem e evolução do Universo tais como os mundos-membrana, a inflação, a matéria escura, a energia escura e que convivem com objectos e ocorrências igualamente extraordinárias como os buracos negros, os núcleos activos de galáxias, as explosões de raios gama, etc.