domingo, 27 de novembro de 2011

Kafka



... O verbo "desenvolver", no entanto, possui um duplo sentido. A flor é o resultado de um desenvolvimento diferente do barco de papel que se ensina a fazer às crianças e se desdobra numa folha lisa. Este segundo desenvolvimento é o que se adequa à parábola, ao prazer do leitor em desdobrá-la até lhe encontrar um significado liso. Mas as parábolas de Kafka desenvolvem-se no primeiro sentido, no sentido que culmina na flor. Pois, os seus resultados tem afinidades com a poesia ...

Como Lao-Tsé, também Kafka era um autor de parábolas, mas não era um fundador de religiões.

Walter Benjamin


Seria difícil encontrar um autor moderno que não esteja ligado directa ou indirectamente ao legado de Kafka. O crítico literário, filósofo, sociólogo e tradutor Walter Benjamin (1882 - 1940) sabia-o muito bem e não resistiu à sedução de mergulhar no enigma da obra do autor de " O Processo". Através dum pequeno ensaio, escrito em 1934, e publicado pela Editora Hiena em português em 1994, Benjamin dá-nos a oportunidade de vislumbrar as múltiplas e surpreendentes relações místicas, religiosas, talmúdicas, literárias, psicoanalíticas, etc, que a obra de Kafka suscita a uma mente brilhante e ecléctica.

O opúsculo começa com o truque brilhante de descrever uma situação ocorrida dois séculos antes, segundo a qual a depressão do tzar Potemkin emperra toda a máquina burocrática que necessita da sua assinatura em inúmeros documentos pendentes. Ansioso por agradar aos seus superiores, o humilde copista Chuvalkin irrompe no quarto do imperador com os documentos por assinar e, arranca deste as assinaturas desejadas. Porém para a consternação dos ministros e autoridades, em todos os documentos figurava o nome de Chuvalkin! Segundo Benjamin, a obra de Kafka, como a história de Potemkin, gira em torno de equívocos dessa natureza, de condenações presumidas, de transformações e nomeações incompreensíveis que seguem o seu curso absurdo, apesar da irretorquível lógica interna das acções que desencadeiam.

Para Benjamin, o mundo de Kafka é um Teatro Universal. Para Kafka o homem encontra-se naturalmente em cena. A prova sendo que todos são aceites no teatro natural de Oklahoma, texto central na obra de Kafka, e no qual é impossível se perceber que critério rege as admissões. No teatro natural de Oklahoma à aptidão declamatória não se dá qualquer importância; só se pede aos candidatos que representem o papel de si próprios ... E nas fábulas de Kafka, os animais descritos ganham ao longo do texto uma inevitável humanidade. E reciprocamente, é a solidão da condição humana que lhes empresta a condição animal. Assim, Gregor Samsa não acorda transformado num insecto, mas desperta para um estado de humanidade pura, destilada ao ponto de deixar desnuda a solidão fundamental da existência e a sua inerente inadequação às convenções.

Porque a questão fundamental é formulada no "O Castelo", sendo também a essa essência de"O Processo":

"Acaso um funcionário isolado tem o direito de perdoar? Pode-se admitir que ao colectivo das autoridades reunidas seja permitido tomar decisões, mas mesmo aqui há que distinguir: podem condenar, mas não têm poderes para perdoar".

Mas certamente, não serão todos tocados por este tipo de subtilezas e para exemplifica-lo permito-me citar um breve texto Umberto Eco intitulado , "Lamentamos não poder publicar o seu livro ... ":

"Franz Kafka. O Processo
Este livrinho não é mau de todo. Género policial, com passagens tipo Hitchcook: o assassínio final, por exemplo, terá os seus apreciadores.

Mas dir-se-ia que o autor o escreveu sob ameaça da censura. Como explicar aquelas vagas alusões, a omissão do nome das pessoas e lugares? E porque motivo o protagonista é levado a tribunal? Se especificasse melhor essas questões, enquadrando a história num cenário mais concreto, fornecendo factos, principalmente factos, o enredo ganharia em clareza e o suspense em eficácia.

Estes escritores novatos julgam criar "poesia" ao dizer "homem", em vez de "o Sr. Fulano de tal, em tal lugar, a tal hora" ... Em suma, se for possível dar uma volta ao texto, interessa. Caso contrário, aconselho recusá-lo."

Umberto Eco especula que os profissionais que assistem os editores também não aconselhariam a publicação da Bíblia, da Odisséia, da Divina Comédia, de Dom Quixote, de À Procura do Tempo Perdido ...

Orfeu B.




sábado, 19 de novembro de 2011

HISTÓRIA E FICÇÃO



Os premiados romances de Dulce Maria Cardoso têm passado discretamente entre nós. E, no entanto, merecem muito ser lidos.

"O RETORNO" conta-nos o drama de uma família de retornados pobres que de Angola regressam à metrópole por alturas da Independência de Angola.

O primeiro equívoco desse longo rosário de equívocos que foi a questão dos retornados começa com o facto de o próprio narrador, um rapaz de 16/17 anos não retornar mas fugir da sua terra já que em Angola nasceu e cresceu e da metrópole ter apenas um conjunto de ideias vagas e pouco adequadas a esse mundo que vem encontrar tão diferente do seu.

A autora leva-nos a conhecer a diferença das raparigas e das mulheres de cá e de lá nos olhos do narrador, a demora dos crepúsculos, o frio do Outono e do Inverno nunca antes experimentado, a vida de gente acumulada como em latas de sardinhas em hotéis de luxo, as esperas sem fim pelos subsídios, pela resolução dos problemas pessoais, a construção de um projecto de vida.

A História faz-se tanto pelas investigações e pelos ensaios como por esse outro meio de investigação que é a literatura. E se os historiadores investigam a História por fora, pelo plano geral, a literatura fá-lo por dentro, pelos afectos, pelos espantos,
pelos arrepios, pelos medos.

A Guerra colonial começou a ser abordada pelos romancistas antes de o ter sido pelos historiadores. O momento chave desse fenómeno terá sido "Os Cus de Judas", fantástico grito de raiva e revolta de António Lobo Antunes, momento de arranque de uma nova literatura em Portugal.

Da guerra vai-se falando, vai-se desvendando as facetas mais terríveis, vai-se construindo a dimensão operática e também a tragicómica.

Até agora muito pouco se falou dos retornados, ferida aberta, tema incómodo no processo revolucionário português.

Será talvez esta a primeira narrativa do regresso dos colonialistas portugueses, fugidos à pressa, carregados de grandezas e memórias verdadeiras ou fabricadas, cheios de raiva aos pretos, aos revolucionários, aos comunistas, e delapidados de riquezas reais ou inventadas.

A recepção aos retornados é aqui narrada sem panos quentes, mostrando a mesquinhez de uns e outros, os que se vão adaptando a um novo Portugal que procura entender-se com o que possa ser a revolução, e os outros, os que perderam um outro Portugal, o do Império que começa a desfazer-se.

A nossa História passa por aqui. Por olhar de frente o claro e o escuro dos grandes momentos. Por ouvir a voz dos escritores como a Dulce Maria Cardoso que nos levam pela mão ao tempo das angústias e das esperanças com que as esquinas da História nos enredam e desenredam.

domingo, 13 de novembro de 2011

FELISBERTO HERNÁNDEZ, UM AUTOR ANTES DO SEU TEMPO



“O autor tem o sentido inato de que um dia será clássico”

(Jules Supervielle, em carta que lhe dirigiu)


Em crónicas anteriores, tenho-me referido a autores que não resistiram aos efeitos do tempo e que, por isso, já se lêem com dificuldade. E poucas vezes, muito pouco mesmo, tenho feito referências a autores que se anteciparam ao seu tempo e que, por isso, também se lêem com alguma dificuldade. Estão neste caso Julio Cortázar, de quem falei a propósito do seu “Rayuela” (“O Jogo do Mundo”, na edição portuguesa da Cavalo de Ferro) e Felisberto Hernández, com os seus “Contos Escolhidos” (edição de 2011, da Oficina do Livro).
São nove contos, pertencentes a períodos diferentes da escrita do autor. Alguns acentuadamente musicais, uma espécie de sonata em que uma nota procura a nota seguinte, numa relação sensitiva, cuja compreensão imediata nos foge, pois decorre, única e exclusivamente, da emoção, da intuição do autor. Notas musicais que são, neste caso, as palavras que se procuram, que se afastam, numa lógica nem sempre evidente. Algo que só adquire sentido se aceitarmos (sem reservas) o mundo subjectivo do autor. Algo que tem o contorno do sonho, em que o inesperado, o aberrante se tornam naturais para o sonhador, congregando, na mesma atmosfera emocional, pessoas, objectos, situações pertencentes a contextos diversos.
Assim, com exemplo, atente-se neste fragmento, extraído do conto ”Terras da Memória”

“Em Mendoza hospedaram-nos em casa do chefe dos scouts. Pouco depois de ter chegado eu desfrutava uma solidão agradavelmente submersa num banho de água morna. A água chegava-me até ao pescoço e os azulejos brancos daquele quarto de banho chegavam quase até ao tecto.
Olhava os objectos que tinham deixado fechados comigo e pensava nas pessoas que um momento antes haviam estado na sala; eu tinha tocado piano e conversava com as raparigas da casa - que também pertenciam à instituição de scouts e também iriam atravessar a pé, connosco, a cordilheira -”.
Partindo de um facto de uma realidade quotidiana (“Em Mendoza hospedaram-nos na casa do chefe dos scouts” ), o texto envereda rapidamente para o mundo onírico, em busca do sentido que se oculta nas palavras que, inevitavelmente, vão surgindo.
Palavras, sonoridades, membros estilhaçados, tudo aflui no processo da escrita que se desdobra para o lado de dentro, que não procura o leitor, mas espera que ele a encontre. Veja-se este fragmento de “A casa inundada”:



Finalmente apareciam as palavras prometidas - agora que eu não as esperava -. O silêncio apertava-nos debaixo dos ramos mas não me animava levar o bote mais adiante. Tive tempo para pensar na senhora Margarida com palavras que ouvia dentro de mim e como que abafadas numa almofada: “Coitada, dizia a mim mesmo, deve ter necessidade de comunicar com alguém. E como está triste, vai ser difícil manejar esse corpo...”

Ao longo desta crónica não procurei fazer o estudo literário destes contos (períodos a que pertencem, diferenças de estilo ou de concepções literárias), mas, sim, chamar a atenção para o que de maravilhoso, de novo eles contêm. Enfim, deixei-me embalar pelas palavras, pelo imprevisto dos textos, remetendo-me ao meu papel de leitor que se deleita com a escrita de um autor que nos concita a participar na inteligibilidade do que se oculta no mistério das palavras.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"O essencial é invisível aos olhos" Saint-Exupéry




Cyrano
Tai-Marc Le Thanh
Rébecca Dautremer
Editora Educação Nacional

Há livros quase obrigatórios  e capazes de remeter a velha questão do livro para crianças ser ou não ser para todos para uma discussão sem importância. São, de facto, livros para todos. 
Aqui nos 7leitores somos todos fazedores de tarefas várias. Uma das mais excruciantes depois de uma história estar escrita, pronta para editar, digo-o por experiência nestes dias, é encontrar um ilustrador, uma escolha que auspicie um casamento perfeito de ilustração e texto. Por isso repousei da busca deliciando-me com este “Cyrano” que fica na categoria dos livros perfeitos. 

Vivemos num tempo em que muitas crianças, ainda ou já, não adormecem com histórias mas despertam para a vida a ver programas de lixo. Que aprendem? Que é preciso humilhação pública para perder 50 quilos, para recuperar dignidade? Estamos a educar uma geração para comida rápida, sexo rápido e amores a correr ditados a gráficos de audiências, para vidas de consumo rápido. É preciso reinventar outra vida, outro tempo, outro peso e outros segredos que nada têm a ver com os códigos que entram por uma televisão vista sem conta, sem medida e sem mediadores.

A educação para a Arte passa pelo livro e a descoberta dos clássicos também se pode servir de livros de passagem que abram caminho sem dispensar a sua leitura. Toda a cópia é um original, todo o reconto é um novo conto mas não pode ser um subproduto do original. A arte de recontar exige respeito e uma reinvenção que algo acrescente.

Neste livro é deliciosamente recontada, por Tai-Marc Le Thanh e Rébecca Dautremer, uma das mais bonitas histórias de amor: Cyrano humilhado pelo seu enorme nariz que não ousa confessar o seu amor e Roxana apaixonada pela beleza de Cristiano por desconhecer a sua colossal estupidez que só à beira da morte de Cyrano se descobrem reciprocamente amados. 

Cyrano de Bergerac, uma peça escrita em 1897 por Edmond Rostand, sobejamente conhecida pelas adaptações cinematográficas, renasce aqui num cuidado trabalho gráfico que harmoniza o texto de Tai-Marc Le Thanh com o traço da Rébecca Dautremer ( marido e mulher na vida real, um detalhe ou não…)


No trabalho da Rébecca são evidentes as influências da fotografia, do cinema e da pintura de Vermeer ou velásquez… Cada imagem parece a captação fotográfica de um momento, a narrativa da acção da câmara e ao mesmo tempo a calma estática do traço lento na tela. Com uma cuidadosa atenção ao detalhe o seu traço é de extrema leveza e bom gosto e as cores envolventes e confortáveis mesmo quando, como é o caso aqui, nos transmitem melancolia. Quase podíamos disfrutá-las sem o texto mas o texto é neste livro, como aliás em todos os que a Rébecca tem ilustrado, muito bom. A construção da narrativa pela imagem abre novos pontos de vista e a tentação de nos perdemos na imagem é equilibrada e enriquecedora da leitura do texto, inteligente e bem humorado, a que voltamos com prazer.

As bibliotecas devem dar a conhecer livros assim: de histórias eternas e lentas que não podemos nem devemos dispensar. Livros que se abrem como uma sinfonia a ecoar pela casa, afastando a tristeza, dando-nos o consolo das palavras e da beleza sensível ao coração.
Sílvia Alves

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

LEITURA - A "ESTRELA"




Ter um livro para ler e não o fazer, é uma obra de Albano Estrela, constituído por uma série de textos escritos para o blog “7 leitores” e foi há algum tempo publicado pela “Indícios de Oiro” (Lisboa, 2010).
O título é, como sabem, tirado duns versos de Fernando Pessoa e é, em si mesmo, uma ironia e uma provocação. Porque se há livro que nos abra à leitura e ao seu valor inestimável, que nos estimule à leitura, é este. Portanto, «ter um livro para ler e não o fazer» só pode ser interpretado como uma forma de valorização daquilo que se nega, explicitamente, para implicitamente o afirmar, valorizando. É pois, (deve ser) um estratagema para prolongar o prazer que se vai ter, em suma, um método irónico de valorização das leituras. Assim como quem passa o dia a sonhar com o prazer de, à noite, mergulhar no romance maravilhoso que anda a ler, mas, temendo terminá-lo já hoje, guarda o resto para amanhã. Hoje não, mas amanhã sim, e com ânsia redobrada. É pois uma forma de falar, uma brincadeira à Albano Estrela que nos quer dizer justamente o contrário daquilo que nos parece querer dizer. Enfim, uma forma de retardar e reforçar o prazer.
Porque Albano Estrela revela-se (o que aliás já sabíamos) ser um leitor insaciável e de grande qualidade. Ou seja, passou a vida a ler livros e foi acumulando disso uma capital e uma qualificação que o transformam num crítico informado, vivo, actual e frequentemente inesperado; embora não seja crítico literário, como diz. Mas o que é facto é que apanha os textos não só pelo lado em que a maior parte das pessoas o faz mas ainda por outros pontos de vista, abrindo perspectivas inesperadas, interpretações que não estariam na ordem do dia mas que ele introduz fazendo pontos de ordem à mesa e obrigando-nos ao debate, isto é, ao pensamento. E pelo meio, de passagem, dando informações, fazendo críticas, fornecendo dados culturais, falando de vivências, memórias, sempre com a ironia à espreita, e numa prosa leve, corrida, coloquial, elegante e cheia de humanidade e de compreensão para os autores.
O livro tem uma apresentação do próprio Albano Estrela e um prefácio de José Fanha, um dos responsáveis do referido blog “7 Leitores”, de que Albano Estrela é dos colaboradores mais assíduos. São pequenos textos, como disse, sobre «leitura e leitores», «escrita e escritores», «contos e contistas», «minificções e pequenas histórias», «romances e romancistas», «memórias e memorialismo», «entrevistas e entrevistadores», «ensaios e ensaístas», «poesia e poetas», «crítica e críticos literários», «traduções e tradutores», «edição e editores», «livreiros e livrarias» «literaturas paralelas» «fotografia, cinema». Ou seja, pequenas crónicas sobre todo o mundo da cultura, a partir dos livros, lidos e relidos, e com a riqueza, uma já longa experiência de leitor e um gosto fino e de grande qualidade que tornam o livro, de facto, uma preciosidade. Já não há muitos leitores assim, e gente disposta a falar, sem presunção mas com inteligência, sensibilidade e gosto do que vai lendo, ainda há menos.
E a propósito, não podemos deixar de considerar o que de muito bom os blogs têm trazido à cultura, como aliás os leitores do De Rerum Natura sabem. Se não fosse o blog “7 Leitores” provavelmente nunca Albano Estrela escreveria todos estes textos. É, pois, de algum modo, uma homenagem aos blogs e aos que neles trabalham com inteligência, cultura e civismo.


João Boavida

Licenciado em Filosofia, doutorado em Ciências da Educação, professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação de Coimbra, aposentado há dois anos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PARA ALÉM DOS 7 LEITORES



Este blog tem sido uma aventura teimosa de meia dúzia de leitores obsessivos. Inesperadamente obteve um público muito significativo quer em Portugal, quer no Brasil, quer em vários países por onde supostamente se espalha a diáspora da cultura lusófona.

Como os 7 leitores não são profissionais, o seu ritmo de publicação é necessariamente irregular. Mais ainda. Alguns dos 7 leitores descobriram que afinal ler e escrever sobre o lido eram actividades muito diferentes e, nalguns casos. essa escrita revelou-se demasiado difícil.

Talvez a escrita posterior interfira com o acto livre e solto da leitura. Talvez a escrita esteja magoada pelas leitura de recenseamentos críticos dos jornais. Talvez... Seria interessante reflectir sobre esta relação complexa, por vezes feliz, outras tantas bloqueadora e congelante.

Pensámos alargar o campo dos que leem e escrevem. Começamos hoje a trazer a espaço o contributo de amigos conhecidos de perto ou de longe, que em comum connosco têm a paixão pela leitura e o gosto pelo exercício de escrever reflectindo sobre o que se vai lendo.

- Não somos críticos ou recenseadores nem queremos cumprir essa função tão vendida hoje ao marketing editorial;

- Não pretendemos pôr em cada livro estrelinhas ou garfos ou qualquer outra forma
mais ou menos policial de os classificar;

- Não pretendemos fazer análise literária mas apenas reflectir sobre uma obra ou parte dela e partilhar com outros essa reflexão;

- Não pretendemos assumir o papel de falar a correr das actualidades literárias, embora não as queiramos excluir necessariamente;

- Só falamos dos livros que gostámos de ler e, preferencialmente, daqueles que gostámos muito de ler. Não temos tempo nem espaço para falar dos livros de que não gostamos. A nossa aposta é a paixão por esse acto tão fantástico que é o de cruzar a vida de cada um de nós com as vidas dos que habitam as histórias dos livros.