domingo, 3 de outubro de 2010

Val McDermid - Um Eco Distante




Este é um policial absorvente, lê-se numa assentada, sem respirar. Val McDermid é uma escritora escocesa que foi jornalista, talvez por isso retracta tão bem um jornalismo mediático e sensacionalista cada vez mais comum e onde uma pessoas poderá ser acusado, nas primeiras páginas de um jornal, de um crime que não cometeu.
“Um Eco Distante” conta-nos a história de amizade de um grupo de quatro jovens universitários passado nos anos 70 numa pequena cidade Escocesa e que numa noitada de festa e de boémia encontram uma rapariga quase morta num atalho que costumavam fazer. Um dos jovens, estudante de medicina, tenta salvar a rapariga enquanto outro procura socorro de um patrulha da policia com quem tinham cruzado anteriormente. O facto dos jovens ficarem com o sangue da rapariga são levados a interrogatório policial e ficam na lista dos suspeitos, para a imprensa e consequentemente para o público são considerados culpados. Embora as relações de amizade fossem grandes, a pressão leva a quebrar alguma ligação e suspeitarem também uns dos outros. É interessante como a escritora faz-nos envolver no ambiente emotivo e psicológico de forma a nós compreendermos todas as suspeitas e todos os pontos de vista. O assassínio nunca não foi descoberto e as suspeitas irão continuam nestes quatro jovens. 25 anos mais tarde o caso é aberto pela policia local para com as novas formas de investigação forense e á luz das descobertas dobre o DNA tentarem encontrar o criminoso, no entanto, as provas desapareceram nos armazéns da policia. Surge na história um filho desconhecido da vitima muito interessado em vingar o assassinato da mãe e quem foi o assassino. Duas das testemunhas que encontraram a vitima (dois dos jovens universitários) são estranhamente e violentamente assassinados o que leva aos outros dois a procurarem saber o que aconteceu. O livro tem mais intriga, mas intriga que estimula a nossa inteligência, sensibilidade e criatividade e não a outra. Claro que o final é muito surpreendente.

Tal como Mankell e Stieg Larsson, Val McDermid dá-nos um policial intenso, dramático e emocionalmente rico. Consegue caracterizar uma imprensa muito formatada e instrumentalizada por interesses puramente economicistas. O seu valor também esta da forma como apresenta os problemas e vivencias da nossa época assim como os preconceitos e os estados de alma das personagens. Não se esquece dos pormenores e as descrições de um ambiente paisagístico da Escócia. Assim como o ambiente cultural dos anos setenta e na entrada deste século.
Alem deste livro de Val McDermid em Portugal está traduzido muitos outros que tenho como perspectiva de ler, entre eles o “O Canto das Sereias” que é considerado um excelente livro policial.
Uma série na TV “Wire in the Blood” também escrita pala autora está a ser um êxito no Reino Unido. 

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