quarta-feira, 4 de abril de 2012
QUE BELO OBJECTO PARA LER E VER E OLHAR
Inesperadamente ou talvez não encontram-se nas Bibliotecas Municipais alguns livros a que nunca deitámos olhos em qualquer livraria.
Este é um caso assinalável. Um belíssimo objecto para ler e ver e olhar, a começar na capa, no formato e na qualidade do papel, a continuar nos textos deliciosos de Carlos Tê e a acabar nas ilustrações prodigiosas de Manuela Bacelar.
O livro traz-nos poemas sobre o Porto, a partir do Porto, sobre os portuenses, pesrsonagens, mitos e outros quejandos.
Desfilam por nós as vizinhas,os polidores de esquinas, a passagem do ano nos Fenianos, os bilharistas, Campanhã, Cedofeita, os subsídios para uma teoria do portuense proverbial, S. Ildefonso, a Viela do Anjo, Massarelos, a mercearia do Sarmento, os cafés e tantos mais recantos e personagens a solicitar o verbo do poeta.
"Primeiro emigra-se de ventre para o berço,
do berço para o chão, do chão para o pátio,
do pátio para a rua, da rua para todas as ruas.
Começa o êxodo do Eu para outros Eus, a infindável procissão de nós mesmos
em que cada eu carrega um núcleo do Eu primordial,
um caroço irredutível e resistente à corrosão.
..."
("Emigrantes")
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