quarta-feira, 10 de julho de 2013

E SE DELIRÁSSEMOS UM BOCADINHO GRANDE?



Há anos, uma amiga emprestou-me um livro de Eduardo Mendoza, escritor catalão multiuacetado. Fiquei fã. Já aqui falei de um exccelente romance seu, "Rixa de Gatos", coisa séria e intensa passada no início da Guerra Civil Espanhola em Madrid.

Entrei nesta história absolutamente delirante, passada em Barcelona e com um vago recorde policial em que tudo é levado a um alto nível de disparate e comicidade invulgar.

Bem sei que sou facilzinho no que diz respeito a emoções, sejam de lágrimas ou de gargalhadas. Mas há muito tempo que não dava comigo a rir desalmadamente durante uma leitura

Basicamente Eduardo Mendoza retoma a figura de um ex-presidiário e ex-internado num manicómio, agora cabeleireiro de senhoras sem clientes que vai tentar salvar um amigo, Rómulo, El Guapo, criminoso particularmente desastrado, que entrou num plano diabólico de um terrorista internacional para raptar Ândela Merkel em Barcelona.

O nosso herói vai tentar evitar o rapto e para isso conta com a colaboração de Juli, homem-estátua africano albino, Pollo Morgan também homem-estátua que faz uma magnífica Rainha Leonor de Portugal embora com bigode e ainda Moski, russa estalinista que toca concertina nas ruas e no metro.

Mas ainda há mais: Quesito, uma miúda de 13 anos que só Magnuns e é capaz de arrombar qualquer porta; Cândida, a irmã do nosso herói, ex-prostituta que tem como medalha de honra ter batido uma segóvia ao bispo de Tudela; um swami, mestre de ioga e meditação transcendental, um restaurante chamado VENDE-SE CÃO e cento e desasseis chineses vestidos de tiroleses, de batman e do que mais calhou, intitulando-se COLÓNIA ALEMÃ DE BARCELONA cagindo em bloco sob comando do dono do Bazar chinés "LA BAMBA".

Se esta discrição não chegar para vos aguçar o apetite, meus amigos, resta-vos uma magnífica carreira como carpideiras profissionais!

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