quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
O MODERNO E O ANTIGO
O filho do romancista australiano Peter Carey está apaixonado pela manga e pelo anime (banda desenhada e desenhos animados japoneses). O pai resolve levá-lo para ambos conhecerem o Japão.
Mas o Japão tradicional não, exige o filho. O pai aceita um mergulho no Japão moderno e aproveita para fazer entrevistas a criadores de manga mas também consegue arrastar o filho ao teatro kabuki.
Entre o moderno e o antigo Peter Carey tenta entender o Japão. Nesse balanço fala-nos sobre a mitologia dos samurais e relembra-nos a tremenda destruição sofrida pelo país durante a 2ª guerra mundial.
O filho encontra-se com um estranho amigo japonês conhecido no facebook e tenta elucidar o pai sobre alguns aspectos invulgares do Japão moderna.
Entre pai e filho, entre moderno e antigo, o livro avança como uma espécie de simpático relatório de perplexidades, uma tentativa muito séria de tentar compreender e dar a compreender o Japão.
E é para isto que serve um livro de viagens: dar-nos a conhecer um olhar que tenta mergulhar na realidade mais ou menos profunda, mais ou menos superficial de um dado país, conjugando esse olhar com dados históricos, apontamentos de conversas, descrições culinárias...
Enfim, um livro de viagens, um bom livro de viagens é o que há de mais próximo da viagem propriamente dita. E mesmo depois da viagem, o olhar de outro acrescentar-nos-á sempre qualquer coisa outra aquilo que vivemos directamente.
É este o encanto dos livros de viagem e, particularmente, desta colecção da Tinta da China.
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