sexta-feira, 3 de abril de 2009

MISÉRIA E GRANDEZA DO AMOR DE BENEDITA



Um gozo delicioso. Um grande forrobodó para o leitor. Óbvia influência de Jorge Amado, até pela zona geográfica em que ambos se enquadram, o Recôncavo baiano.

A linguagem é barroca, tropical, magnificamente excessiva, carregada de ironia e sarcasmo. Pode mesmo dizer-se que se trata de um pequeno tratado de cinismo pela forma safada e muito exposta como o autor, sem se despir de óbvia ternura, consegue desmascarar os sucessivos podres dos habitantes da Ilha de Itaparica, desde a puta mais reles (coisa que aliás não existe entre as Itaparicanas) até ao próprio padre, modelo de rara depravação e poucavergonhice.

A história é quase só uma anedota. O importante é a linguagem. Poderíamos continuar a visitar esta sequência quase interminável de personagens deliciosas sem ter outro desejo que não o de nos abandonar aos apartes, comentários e desvios que fazem da escrita do autor uma verdadeira pérola.

1 comentário:

érica pimentel disse...

estou lendo "MIséria e Grandeza do amor de Bendedita", e estou encantada com a obra. Tanto que resolvi pesquisar um pouco mais na net. E nesta pesquisa me deparei com o blog, com o qual fiquei admirada. Curso Letras e sou amante de Literatura Brasileira.
E este livro, na minha opinião, é simplesmente uma pérola.