quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"Esta comprobado que ele tipo de pronunciacón de una palabra cambia biológicamente lo designado" Juan Carlos Mestre

La Bicicleta del Panadero”
Juan Carlos Mestre
Calambur, 2012



Há dois tipos de leitores de Juan Carlos Mestre. Os que tiveram a ventura de o conhecer e ouvir e os outros que o leêm apenas no timbre silencioso do papel.

Acho poesia coisa de brisa, de voz. Também acontece por vezes preferir não conhecer a voz sabendo que nem todos os poetas são bons arautos dos seus poemas.
Mas não é o caso de de Juan Carlos Mestre. É um gosto ouvi-lo. Uma emoção. Tem uma voz cadente como se os poemas lhe nascessem naquele momento num improviso detalhado, num acrescento para lá das palavras.
No dia em que chegou este seu livro “A Bicicleta del Panadero” foi com a lembrança da sua voz que li um e outro e outro poema...

Uma voz que glorifica mas também troça e ri . Uma voz terna mas que pode ferir. Uma voz de futuro mas que nos pode afogar em desesperança. Um livro de poesia cheio de filosofia, povoado de livros, leituras, de tralha guardada do passado e do que fica dentro do seu atento olhar ao mundo. 
Mestre vai escrevendo e lançando para o futuro esses objectos de boas e más memórias, úteis ou inúteis, macios ou contundentes mesmo pontuados por imensa ternura.
Quem lê tem de se defender. Quem o ouve pode baixar a guarda porque a sua voz e a música com que acompanha muitas das suas intervenções envolvem em macieza a lucidez dolorosa com que constrói os seus poemas .

Argonautas” é um dos meus preferido e deixo aqui uma parte, a abrir o apetite a quem se queira aventurar pelo mundo deste poeta, deste livro em particular que conheço e recomendo: “La Bicicleta del Panadero”

Argonautas”

Te amaré toda la vida dice ele pez pájaro a quien no es su igual
lo igual es essa niña que contesta no, lo igual es la mano que 
      cierra la porta
He abierto uma cartilla de ahorros para comprarte algún dia
      la tentadora manzana que sale en las primeras paginas
      de la Biblia
(...)
A mi edad un astrolábio, un sextante , uma aguja giroscópica
      no tienem secretos,
Estamos adstritos as departamento de la juventude e de aquí
      no hay quien nos eche
Yo te amaré toda la vida aunque tengas los pies en la cabeza,
      la cabeza como un crucigrama e los calcetines helados
      como pescadillas
(…)
Todas las noches las lechugas cometen algún crimen pero hasta
      el chocolate es amargo, vida mia, y tú ya sabes que yo te
      amaré contra todo prognóstico.
No te preocupes por nada, detrás de la ruleta de mi corazón
      hace buen tiempo e el 2 de Mayo há licenciado al pelotón
      de fusilamiento.
He acertado todos los números de la rifa y me ha tocado un
      collar de perla de río
Duerme tranquila
(...)
Te amo, no puedo demonostrártelo, y eso era lo que queria 
      decirte.”

                                         Juan Carlos Mestre


Podem conhecer um pouco mais deste polifacetado artista indo por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=8QKlB8DU32w

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