Começo por avisar que sou um viciado crónico por Murakami. Quando aparece um livro deste autor nas livrarias, como qualquer outro viciado, arranjo maneira de adquirir a “minha droga”.
Li tudo o que está traduzido em português, e muita gente me diz que devia ler os clássicos e não perder tempo nestes livrecos de supermercado, que basta ler um para sabermos os outros. Mas eu não me consigo livrar deste “mal”. Talvez o livro de Bayard que o Fanha nos trouxe seja um antídoto para isto.
Este livro de pequenos contos deixa um amargo na boca, parece muito pouco, não recomendo começar por aqui. Recomendo “Kafka à Beira-mar” esse é o livro que nos convida a ler outros livros, que nos faz referências a outras leituras e músicas, que nos dá momentos de prazer impressionantes com parágrafos que ficam na nossa memória. Lembro-me de uma personagem especial que fala com os gatos, mas os outros não o entendem e ele passa por um tolo, é Nakata.
Nestes curtos contos, apenas se confirma tudo o que gosto de Murakami: a solidão das suas personagens - elas vivem sozinhas com os seus gatos e muitas vezes desempregadas num país onde as pessoas passam a vida a trabalhar; a estranheza das histórias, onde os acontecimentos vão-se sucedendo improvisadamente; das ligações que estabelece com os outros, com a cultura, com a literatura e com a música; como constrói as suas narrativas de forma improvisada, como uma música jazz; gosto especialmente da forma que ele negligencia o papel da escola, e em três dos seus livros os adolescentes abandonam a escola - o narrador incita essa atitude.
Além do mais, gosto das ideias que sublinha, identifico-me com elas. Claro que não é filosofia profunda, são romances ligeiros, mas eu sou apenas um professoreco do 2º ciclo.
Li tudo o que está traduzido em português, e muita gente me diz que devia ler os clássicos e não perder tempo nestes livrecos de supermercado, que basta ler um para sabermos os outros. Mas eu não me consigo livrar deste “mal”. Talvez o livro de Bayard que o Fanha nos trouxe seja um antídoto para isto.
Este livro de pequenos contos deixa um amargo na boca, parece muito pouco, não recomendo começar por aqui. Recomendo “Kafka à Beira-mar” esse é o livro que nos convida a ler outros livros, que nos faz referências a outras leituras e músicas, que nos dá momentos de prazer impressionantes com parágrafos que ficam na nossa memória. Lembro-me de uma personagem especial que fala com os gatos, mas os outros não o entendem e ele passa por um tolo, é Nakata.
Nestes curtos contos, apenas se confirma tudo o que gosto de Murakami: a solidão das suas personagens - elas vivem sozinhas com os seus gatos e muitas vezes desempregadas num país onde as pessoas passam a vida a trabalhar; a estranheza das histórias, onde os acontecimentos vão-se sucedendo improvisadamente; das ligações que estabelece com os outros, com a cultura, com a literatura e com a música; como constrói as suas narrativas de forma improvisada, como uma música jazz; gosto especialmente da forma que ele negligencia o papel da escola, e em três dos seus livros os adolescentes abandonam a escola - o narrador incita essa atitude.
Além do mais, gosto das ideias que sublinha, identifico-me com elas. Claro que não é filosofia profunda, são romances ligeiros, mas eu sou apenas um professoreco do 2º ciclo.
9 comentários:
Caro Tiago,
Não conhecia o Murakami. Ouvia falar mas mantinha uma certa descondiança, talvez tola, que mantenho em relação às modas.
Li "A rapariga..." e fiquei um pouco desconcertado. Não sei se gostei ou não e, no entanto, li-o sofregamente.
Senti que estava numa espécie de aquário voyeuriste, um big brother em que assistia à vida um pouco estranha, um pouco louca, de gente que anda à toa numa vida relativamente liofilizada, relativamente sem sentido. Como a nossa? Não sei, não.
Sei que saí como entrei. Não me emocionei, não me sujei, não suspirei, não transpirei, não me apavorei, não ri à gargalhada durante a leitura.
Não encalhei numa frase que me fizesse parar.
A nossa companheira de blog, Ana Ruas, é uma fã do autor. Acho que tenho de ler outro Murakami para desfazer dúvidas.
Desta vez não vou seguir o conselho. Antes deste estava o Rafael do Manuel Alegre.que me pareceu bem...no entanto, aprovo o modo como a sugestão é feita. Só que não posso comprar muitos livros, muitos livros, sou só uma professoreca do secundário. eheheheh
Pois é SWT. A concorrência é voraz. O melhor mesmo, é ler tudo. Se não houver dinheiro, disfarçadamente, passa-se umas tardes nessas livrarias que tem sofás.
Tem piada, o post do Tiago poderia ter sido escrito por mim, desde a relação toxicómana com a escrita do Murakami, passando pelo percurso aconselhado para entrar no vício - começar com o Kafka à beira mar -, até à opinião sobre os contos d'A Rapariga...
Só houve uma coisa que me deixou perplexa e abismada. Em Portugal Murakami é considerado autor de supermercado?? Não é possível! Tiago, se tiver referências que ilustrem tão inexplicável opinião, mostre-mas. Só para eu saber porquê, o que se passa realmente entre a intelectualidade portuguesa e o admirável contador de histórias que é Haruki Murakami.
Murakami também se vende nos supermercados, hoje tudo se vende nos supermercados. Eu na verdade acho Murakami um autor com profundidade e não um autor banal.
Descobri hoje este excelente blog, que irei seguir dada a sua utilidade para quem gosta de ler.
sobre "a rapariga que inventou um sonho", direi que tentei ler,mas é demasiado taciturno com finais tristes e demasiadas peripécias ligadas a doenças. Gostei apenas da forma como nos posiciona em cada cena, indo ao pormenor de descrever cada ambiente, transportando-nos para dentro da história.
Depois de ler este post, eu vou comprar este livro e vou lê-lo. amanhã eu vou à livraria para comprá-lo e eu vou levá-lo e eu vou ao centro para ir ao veterinário e comprar roupas para cachorro para o meu novo cão. Beijos
Quais os livros em q Murakami incita adolescentes a abandonarem a escola?
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