Não é vulgar aparecer nas livrarias um bom livro de contos de autor português. Portanto, quando tal sucede, cumpre assinalá-lo. Estou a referir a obra de Fernando Pinto do Amaral, “Área de Serviço e Outras Histórias de Amor” (Dom Quixote). Pinto do Amaral, professor universitário, poeta e ensaísta, estreia-se, agora, com este livro, numa das áreas mais exigentes e carentes de valores, como é o caso da “pequena ficção” – contos, histórias.
Avisadamente, o autor chama, a estes escritos, histórias e não contos. De facto, nem todos têm a estrutura que convém ao conto. Mas aqueles que se podem considerar dentro desse género literário têm uma qualidade que deverá ser destacada. E por várias razões. Em primeiro lugar, porque estão muito bem escritos, numa prosa límpida que, embora clássica, tem o ritmo, a fluência de uma prosa actual. Em segundo lugar, pelo erotismo de que as personagens e as suas relações estão imbuídas – como convém a uma história de amor dos tempos modernos. A sensibilidade e a ironia, presentes em muitas das situações descritas, constituem, também, características marcantes da obra.
Convirá ainda referir que é uma obra de temáticas vincadamente portuguesas – memória do século XX, actualidade do século XXI. Muita da emoção do que fomos – e ainda somos – encontra-se bem patente na dúzia e meia de textos que integram a obra. A caracterização do estar e do ser português torna-se evidente no sentimento de perda, de fim de algo, expresso por várias personagens, e de que o escritor em termo de prazo de validade, do conto “Um Grande Escritor”, é exemplo perfeito.
Uma referência ainda a um texto espantoso, “A Última Noite”. A última noite de alguém que, tendo morrido, volta à casa que foi sua, para se rever no filho que, em visita à casa paterna, peregrina por espaços e objectos que foram do seu pai. Texto de uma beleza poética poucas vezes alcançada na ficção portuguesa, que nos coloca no centro da única questão que importa ao Homem: o que é a Vida, o que é a Morte, onde acaba uma, onde começa a outra?
Esta, a minha leitura de “Estação de Serviço e Outras Histórias de Amor”. Outros leitores poderão (e deverão) ter outras leituras. É essa a diferença (de leituras e de interpretações) que faz a riqueza de uma obra. Que este meu textinho suscite essas leituras é o meu desejo, a razão última destas linhas.
Avisadamente, o autor chama, a estes escritos, histórias e não contos. De facto, nem todos têm a estrutura que convém ao conto. Mas aqueles que se podem considerar dentro desse género literário têm uma qualidade que deverá ser destacada. E por várias razões. Em primeiro lugar, porque estão muito bem escritos, numa prosa límpida que, embora clássica, tem o ritmo, a fluência de uma prosa actual. Em segundo lugar, pelo erotismo de que as personagens e as suas relações estão imbuídas – como convém a uma história de amor dos tempos modernos. A sensibilidade e a ironia, presentes em muitas das situações descritas, constituem, também, características marcantes da obra.
Convirá ainda referir que é uma obra de temáticas vincadamente portuguesas – memória do século XX, actualidade do século XXI. Muita da emoção do que fomos – e ainda somos – encontra-se bem patente na dúzia e meia de textos que integram a obra. A caracterização do estar e do ser português torna-se evidente no sentimento de perda, de fim de algo, expresso por várias personagens, e de que o escritor em termo de prazo de validade, do conto “Um Grande Escritor”, é exemplo perfeito.
Uma referência ainda a um texto espantoso, “A Última Noite”. A última noite de alguém que, tendo morrido, volta à casa que foi sua, para se rever no filho que, em visita à casa paterna, peregrina por espaços e objectos que foram do seu pai. Texto de uma beleza poética poucas vezes alcançada na ficção portuguesa, que nos coloca no centro da única questão que importa ao Homem: o que é a Vida, o que é a Morte, onde acaba uma, onde começa a outra?
Esta, a minha leitura de “Estação de Serviço e Outras Histórias de Amor”. Outros leitores poderão (e deverão) ter outras leituras. É essa a diferença (de leituras e de interpretações) que faz a riqueza de uma obra. Que este meu textinho suscite essas leituras é o meu desejo, a razão última destas linhas.
1 comentário:
Obrigado caro Albano, corri a comprar!!!
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