segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pyongyang


A Coreia do Norte é um dos países mais secretos e misteriosos de todo o mundo. A fome da sua população levou o regime a entreabrir as portas a algumas agências de ajuda humanitária. Igualmente houve uma pequena abertura, com a admissão de empresas francesas de animação que retocavam os episódios, originalmente feitos em França, a preços muito baixos. É na qualidade de coordenador de uma destas equipas de desenhadores norte-coreanos que o autor, Guy Delisle, entra em PyongYang. Vai residir para um dos poucos hotéis destinados a estrangeiros, torres enormes praticamente desabitadas e de uma desolação atroz. Armado com uma cópia do 1984 do George Orwell (quão apropriado) Guy Deslisle vai ser uma testemunha desta cidade e das suas atracões (todos dedicadas aos líderes Kim Il Sung e ao seu filho Kim Jong Il)), no único país do mundo com um regime comunista monárquico.

Guy Delilse está sempre acompanhado de um guia e de um intérprete, percorrendo o caminho do hotel para o local de trabalho de carro (há noite não há luz). O primeiro sinal de desobediência acontece quando decide fazer os percursos a pé – embora sempre acompanhado das suas sombras. No meio de toda a propaganda ao regime e, sobretudo, ao grande líder iluminado com uma biografia largamente criada pela propaganda do regime, Guy pode observar um pouco mais do que devia das vidas dos norte-coreanos. O seu sentido de humor no meio deste regime isolado e austero tornam esta novela gráfica um testemunho impressionante deste país enigmático. Lê-se de um folgo.

Pode-se encontrar na Amazon.

1 comentário:

Anónimo disse...

É pena não estar traduzido.