quinta-feira, 11 de setembro de 2008

PETER FOGTDAL




Tornei-me amigo do Peter Fogtal há dois ou três anos numa visita de escritores e poetas dinamarqueses à SPA. A partir daí já nos encontrámos umas quantas vezes. Ele vive em Portland nos EUA e pára em Portugal quase sempre que vai à Dinamarca ou que a equipa de futebol da Dinamarca cá vem jogar, o que foi o caso desta quarta-feira.




Estive há anos no lançamento do seu romance "O Paraíso de Hitler" em Lisboa, li o livro de sopetão e gostei muito.

Trata-se da história de um jovem austríaco estudante de flosofia que adere à ideologia nazi e acaba quase sem querer por entrar para as SS. Ferido na frente russa vai convalescer no "Paraíso de Hitler", também conhecido pela "Frente cha ntilly", ou seja, a Dinamarca.

Assistimos longo caminho de desilusão dessa personagem em relação ao nazismo e ao desvendamoento dos seus terrores. Simultaneamente, durante a convalescença na Dinamarca, vamos assistir ao nascimento de uma amizade improvável e perigosa por um judeu, Frequentam os dois uma mesma livraria na Dinamarca e constroem essa ralação inesperada em torno do interesse pela leitura.

E mais não conto. Ou apenas conto que o que me parace particularmente interessante que é toda a história ser contada a partir do ponto de vista de um nazi à semelhança do que fez depois Littel com "As benevolentes". Só que este nazi é, à sua maneira, um idealista, se assim podemos dizer, e, a pouco e pouco, e a certa altura de forma brutal,vai perceber as terríveis perversidades daquele ideologia e do respectivo regime.

É daqueles livros em que se entra e é difícil sair até ao fim. Toca-nos e ajuda-nos a perceber um pouco melhor o que foram os sobresaltos do séc. XX na Europa (lá longe, sabem onde é?)



Segundo livro do Peter a ser publicado em Portugal, "A Anã do czar".

Séc. XVIII, O Czar das Rússias visita Copenhaga e o rei da Dinamarca, sabendo da sua "colecção" de anões, oferece-lhe como prenda sofisticada: uma anã. A anã, Sorine, é uma mulher irascível, amarga e sem pruridos na linguagem que usa para descrever a vida na corte, o génio perturbado Czar ou o tratamento a que eram submetidos naquele período os homens e as mulheres com deformidades físicas.que vamos conhecendo o mundo das cortes dos dois países.

Este romance foi um grande sucesso na Dinamarca mas não tanto em Portugal. Vale a pena ler. É uma escrita que não dá descanso.

Sem comentários: