Com este desafio para participar nos 7 leitores, descubro que sou mais “leitora” do que “escritora”.
Tenho pensado sobre o que escrever, sobre que livro, poema, sensação... sobre a leitura, o prazer de ler, foi até onde cheguei por um livro que já li há algum tempo, "A arte de ler" de José Morais.
Livros, textos, são vida e como diz António José Bolívar Proaño (“O velho que lia romances de amor” de Luís Sepúlveda) “[…] quando uma mensagem lhe agradava particularmente, ele a repetia tantas vezes quanto julgava necessário para descobrir que a linguagem humana podia ser bela”.
As leituras cruzam-se, enleiam-se e não há um único livro, um único autor, ficam as ideias, os sentimentos e do que li, do que leio me (trans)formo.
Cito José Morais que escreve sobre a leitura, como sendo, antes de mais, um prazer pessoal.
“Não lemos todos um texto da mesma maneira. Há leituras respeitosas, analíticas, leituras para ouvir as palavras e as frases, leituras para reescrever, imaginar, sonhar, leituras narcisistas em que se procura a si mesmo, leituras mágicas em que seres e sentimentos inesperados se materializam e saltam diante de nossos olhos espantados. Há leituras nas “quais um sentimento de que o texto parece completamente novo, jamais visto anteriormente, é seguido, quase imediatamente, do sentimento de que ele estava sempre ali [grifado no texto], que nós, os leitores, sabíamos que ele estava sempre ali e sempre o conhecíamos como ele era, embora o reconheçamos agora pela primeira vez…” (A. S. Byatt, Possession).
[…] Não lemos todos os mesmos livros, não temos todos os mesmos desejos. A liberdade, inclusive a liberdade arrancada, conquistada de frente ou sub-repticiamente é indispensável para a experiência apaixonante da leitura.”
Livros, textos, são vida e como diz António José Bolívar Proaño (“O velho que lia romances de amor” de Luís Sepúlveda) “[…] quando uma mensagem lhe agradava particularmente, ele a repetia tantas vezes quanto julgava necessário para descobrir que a linguagem humana podia ser bela”.
As leituras cruzam-se, enleiam-se e não há um único livro, um único autor, ficam as ideias, os sentimentos e do que li, do que leio me (trans)formo.
Cito José Morais que escreve sobre a leitura, como sendo, antes de mais, um prazer pessoal.
“Não lemos todos um texto da mesma maneira. Há leituras respeitosas, analíticas, leituras para ouvir as palavras e as frases, leituras para reescrever, imaginar, sonhar, leituras narcisistas em que se procura a si mesmo, leituras mágicas em que seres e sentimentos inesperados se materializam e saltam diante de nossos olhos espantados. Há leituras nas “quais um sentimento de que o texto parece completamente novo, jamais visto anteriormente, é seguido, quase imediatamente, do sentimento de que ele estava sempre ali [grifado no texto], que nós, os leitores, sabíamos que ele estava sempre ali e sempre o conhecíamos como ele era, embora o reconheçamos agora pela primeira vez…” (A. S. Byatt, Possession).
[…] Não lemos todos os mesmos livros, não temos todos os mesmos desejos. A liberdade, inclusive a liberdade arrancada, conquistada de frente ou sub-repticiamente é indispensável para a experiência apaixonante da leitura.”
3 comentários:
Paula
Um texto a expressar e a definir a verdade, que tanto perpassa no pensamento do leitor. Há livros que parecem não agradar, mas ficam no fensamento. Depois nova leitura e afinal era a mente a não estar desperta.
Daniel
Caro Daniel,
Acredito que como diz Carlos María Dominguez n' "A casa de papel" "Os livros mudam o destino das pessoas". A ficção é feita pelo leitor que (des)constroi a partir das ligações que estabelece. Esse processo é afinal, o que faz sentido na leitura e torna o mundo dos livros fascinante.
Como bibliotecária, vivo rodeada de títulos e obras cuja leitura vou adiando. Os processos burocráticos, administrativos, sobrepõem-se e engolem-nos, mas nos livros reencontro o sentido. Vale a per ir lendo!
Cara Paula,
Tenho o prazer de ser colega e amigo de longa data do José Morais (um expatraiado nos idos de sessenta por motivos políticos e que fez uma carreira científica notável). A arte de ler é uma excelente introdução aos aspectos mais científicos do que é ler - descodificar uma mensagem visual no seu significado. Traz-nos também uma lição (confirmada por inúmeras investigações) de que uma criança quando começa aaprender a ler deve começar por descobrir o princípio alfabético: que aqueles símbolos visuais estranhos representam os sons (fonemas) da fala. É essa descoberta que lhe permite descodificar o código ortográfico. E só essa descoberta permitirá que se torne um leitor autónomo, rápido e eficaz; pronto assim a desfrutar do prazer da leitura. É assim completamente errado começar pela compreensão como acentuam alguns pedagogos que defendem um método de ensino mais global. Já agora um dado curioso: quanto menos nos lembrarmos do processo de aprendizagem de leitura em criança, mais f+acil terá sido essa aprendizage.
Conto escrever brevemente um comentário sobre outro livro fascinante sobre a leitura, agora mais centrado sobre as suas bases cerebrais (os neurónios da leitura).
Paulo
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