Acabei de ler um livro do autor que dá o mote a esta nossa aventura, Alberto Manguel. O livro chama-se Um Diário de Leituras e vem classificado como sendo um ensaio, tendo recebido aliás o Prémio Grinzane Cavour (Itália) na categoria de ensaio. Ao deparar-me com este rótulo preparei-me mentalmente para o modo “estudo” de leitura, munido de uma imaginária caneta de tinta fluorescente. Quem parta para esta obra com esse quadro mental vai ficar bem surpreendido e pela positiva. O livro é uma verdadeira lufada de ar fresco. E o título faz jus ao que se passa no interior do livro: é mesmo o diário de um leitor. Alberto Manguel resolveu, no espaço de um ano, reler um livro por mês de entre os seus livros preferidos. Estes livros são muito diversificados indo desde O Signo dos Quatro de Arthur Conan Doyle, às Afinidades Electivas de Goethe, passando, por exemplo, pela Invenção de Morel de Adolfo Bioy Casares. O autor vai relatando-nos as suas impressões à medida que vai relendo cada livro, faz citações de partes que acha mais significativas ou interessantes. Este exercício estimula a memória e vêm à baila outros autores, com pensamentos, citações, ou até simplesmente a descrição do conteúdo da secretária de um escritor. Facto assaz curioso, estas releituras permitem ao autor um olhar sobre a actualidade. Por exemplo, a Invenção de Morel serve de mote à interpretação da crise económica que aqui há uns anos assolou a Argentina. A propósito do Livro de Cabeceira de Sei Shonagon (dama de companhia de uma imperatriz do Japão), reflecte sobre a iminente invasão do Iraque. E sugere mesmo que se faça um livro de cabeceira para os dirigentes mundiais onde deve constar do Canto IV d’Os Lusíadas: “Ó glória de mandar! Ó vã cobiça!....”.
E trata-se de facto de um diário que acompanha o dia-a-dia do autor ao longo destes meses. A sua viagem a Buenos Aires, as suas viagens ao Canadá (onde residiu), mas sobretudo o seu porto de abrigo: um casa que imagino magnífica numa pacata aldeia francesa. Casa essa com jardim e pomar. Assistimos às peripécias de uma aldeia: é ilustrativo o episódio em torno da decisão sobre a partir de que hora deve o sino começar a tocar. Para os que moram mais longe, a hora preferida é as seis; para os que moram mais próximo o madrugar tão cedo é quase um crime. E assistimos com prazer à instalação da biblioteca do autor num celeiro reconstruído e sentimos com ele a fruição de desempacotar os caixotes de livros. Manguel chega a dormir a na biblioteca para se apoderar do lugar.
Em suma, um livro excelente.
E trata-se de facto de um diário que acompanha o dia-a-dia do autor ao longo destes meses. A sua viagem a Buenos Aires, as suas viagens ao Canadá (onde residiu), mas sobretudo o seu porto de abrigo: um casa que imagino magnífica numa pacata aldeia francesa. Casa essa com jardim e pomar. Assistimos às peripécias de uma aldeia: é ilustrativo o episódio em torno da decisão sobre a partir de que hora deve o sino começar a tocar. Para os que moram mais longe, a hora preferida é as seis; para os que moram mais próximo o madrugar tão cedo é quase um crime. E assistimos com prazer à instalação da biblioteca do autor num celeiro reconstruído e sentimos com ele a fruição de desempacotar os caixotes de livros. Manguel chega a dormir a na biblioteca para se apoderar do lugar.
Em suma, um livro excelente.
1 comentário:
E assim se acordam vontades de ler e reler.
Lerei com certeza!!
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