Não conhecia Graça Pina de Morais, nem nunca tinha ouvido falar dela, desculpem a minha ignorância. Este conto breve é muito bonito. A escrita dela é como uma bossa nova, fez-me lembrar Astrud Gilberto a cantar. Talvez porque vi uma foto de Graça Pino de Morais e vi as datas de nascimento e morte e vi que são da mesma geração, quase o mesmo rosto, um sorriso igual, o mesmo penteado, uma mesma voz.
“Nítidos eram os raros transeuntes que povoam avenida. Pareciam-lhes igualmente belos. Não eram com efeito uma beleza formal… belos são todos os seres humanos quando vistos com precisa nitidez e destacados uns dos outros na clara matinalidade do dia. Nem os corpos deformados pela idade, nem as rugas cavadas nos rostos, nem o sorriso de bocas desdentadas a magoavam como habitualmente conseguiam ser ainda mais belos do que se conservassem a impecável correcção duma juventude perfeita.”
“Nítidos eram os raros transeuntes que povoam avenida. Pareciam-lhes igualmente belos. Não eram com efeito uma beleza formal… belos são todos os seres humanos quando vistos com precisa nitidez e destacados uns dos outros na clara matinalidade do dia. Nem os corpos deformados pela idade, nem as rugas cavadas nos rostos, nem o sorriso de bocas desdentadas a magoavam como habitualmente conseguiam ser ainda mais belos do que se conservassem a impecável correcção duma juventude perfeita.”
2 comentários:
Olá, Tiago!
Eu também adoro a Graça Puina de Morais. Recomendo-te todos os livros dela, só é pena serem tão poucos.
Beijinho,
Helena
Já agora, recomendo-te a Agustina Bessa Luís, cuja escrita tem muitos pontos de contacto com a Graça Pina de Morais.
bjs
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